quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Do Nosocômio ao Manicômio, Nada há de Cômico

Cada porta aberta encerra,
Em si,
Um cômodo intrasponível.

Cada nova crua neo-guerra,
Em si,
É mais que incômodo,
É, antes, um indizível.

As bocarras hiantes de Zola,
Cavas e fundas,
E as liras de Khadji-Murat,
Tão profundas...
...Engoliram o mundo.

A transformar o belo platônico
Sua virtude clássica,
Em trapo imundo.

Numa realidade trágica,
Roupas de vagabundo,
Que Albert Einstein
Descobriu tarde demais...

Eclode, hoje, a Rosa do Povo,
Neste Crepúsculo dos Deuses,
Qual nem mesmo Nietzsche sonhara...

Surde da fenda, da greta invisível,
Esta verdade, pequena e potente,
Esta verdade amara:

A Guerra é inumana tara.

Taras Bulba já o sabia,
Gógol bem o mostrou.
A morte que infligia,
Certo dia o alcançou:

Seu Karma o decapitou.

A extensão deste brado,
Brasileiro, paulista, desafinado,
Não o deixa desmeritado.

Afortunado o que ouve a razão,
Em um mundo desarrazoado.
Abandona - duras custas - ilusão,
Dos grilhões, puxa,
Vê-se finalmente libertado!

Se Kafka intentou ruir
Um globo em fundamento falso;
Futuras gerações vieram destruir,
Desnudando o próprio pescoço
No cadafalso.

A morte no catafalco.

"Chega!", gritou,
E a velha ordem:
Desabou.

Para sempre?
Não.
Pois o que é eternamente?
Algo em si, porém, mudou.
Trans-figurou, trans-formou
...
Metamorfose

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