quarta-feira, 24 de março de 2010

Seixos Cheios como Seios

Edward John Poynter: Andromeda (1869)

Seus seios são como seixos
Deixam-me em devaneio
Seus seixos são como seios
Deixam-me cindido ao meio

Eu creio somente
Na crueza do seu corpo

Troto em meu corcel
Para te alcançar
Teu corpo cruel
Velado no céu
Banhado no mar

Esfarelo-te inteira
Queiras tu ou não
Como grãos de areia
Prendo-te na mão

Para em vão possuí-la
Em mais uma ilusão
Os teus lábios de baunilha
Sempre doces serão

Se não fossem sempre doces
Não me fariam cativo
E o que mais você trouxe
Para me manter tão vivo

E me reter teu escravo
Sob tuas rédeas carmins
Na batalha qu'eu travo
Para afastar-te de mim