sexta-feira, 3 de abril de 2009

Só(u) ela neste instante"

O nascer do dia é um'alegria
Alegra a alma e contagia
Imerso a fundo uma magia
Suspira, eleva, irradia

Santa calma, sacro dia
Micro, macro, vida mia!
O ciclo, o canto, a cotovia

Abre a rosa, sibila o sabiá
Um enlevo, encantamento
Igual a este não há

Dançam povos d'outrora
Em menagem a Lenora
Estende Palas nobre mão
Em erudita imantação

E eu, Eugênio,
Que sou eu?

Que sou eu ante o paredão rochoso?
Acre gosto amargoso
Invadindo minha boca
Vendados meus olhos
Meu eu agrilhoado
Aos sons cavos
Tudo escuro -
Mundo-Muro?

Sou o antes, o depois,
Ou o Agora?
E minha Morte,
Já demora?

Se não há tempo,
E não há hora,
O karma é isto,
Mia senhora?

Despeço-me, ditosa Terra
Embebida em sangue,
Lágrimas e guerra.

Mas, ainda assim,
Ela - só ela -
Vivificante.

Eu sou
Eu fui
E morro - neste instante.

Nenhum comentário: