terça-feira, 7 de abril de 2009

Ei, cunhã!

Minha criança dança
Ensimesmada lança
O objeto em derredor
Isto é amor
Isto é infância
O indomável se amansa
Cresce adulto nutre ânsia
Nunca encurta a distância
Dos idos tempos de criança...

Ingênua, ali, ela balança
Pode cair, ela não cansa
Cutuca e traz nova lembrança
Um'alegria costumeira
Levanta então e dança
Faz e faz festança
Perfaz a vida inteira

Pula corda, salta o chão
Rayuela, dá-me a mão
Pula pula, corre corre
Salta numa perna só
Cabra cega, sei que escondes
No armário da vovó

Mundo vivo, roda viva
Meu intuito é brincar
Bamboleio, bamboleio
Giro, giro sem parar
Tudo é fácil ser criança
Tudo é fácil ser amar
Homo Ludens, Homo ludens
A infância irá voltar

Sancha, Sancha
É você quem dança
A mostrar que
A vida jamais cansa
Quem se cansa somos nós

Nós górgios entrelaçam
Uma vida dada em nós
Tal paulada, tal porrete
Pois já cá estamos sós

O glauco sorriso
Já rugoso e não liso
A pálida face
Outrora rubra
Ó, desenlace!
Cubra o tempo
A masmorra
E a modorra

Quero já minha meninice!
Quero o resedá e o jasmim
Quero ser de novo curumim
Traga-mo de volta, traga-o, sim!
Me traga um copo d'água...
E mais um pouco de mim...

Perdi o fôlego!

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