sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Autobiografando

Meu irmão puxou minha vó,
Benonina.
Mente branda,
Perna fina.

Eu puxei meu vô,
Armando.
Ímpeto vivo,
Coração pulsando.

A vó levou vida dura,
Campesina.
Ambos pelejaram longamente,
Laborando.

Não sou um nem outro,
Mas um pouco dos dois...

Meu nome é Fernando.

5 comentários:

Jefferson disse...

"Meu nome é Éneas"

E somos uma mistura, uma confusão mesmo, nem um nem outro, ambos, todos e nenhum. Um? Depois de árduo esforço.

"Meu nome é Fernando"

Qui suis-je?

("tu apprendras à rire ou à pleurer de tout ce que tu croyais être toi-même"...) p. 26 do livro do Daumal.

Lucas Pascholatti Carapiá disse...

25% do ADN de seus avós em ti.
Tu já me disseste algo sobre tua semelhança com o teu avó. Um dia no árabe acho.

Bonito poema.

Aí aí famílias. Nós puxando os nossos ancestrais. Que importância eles tem sobre nós, não? Mesmo indiretamente ou diretamente...

Fernando disse...

Nem sempre somos iguais a alguém. Digo, raramente. Mas eu e meu avô temos uma parecença inegável.

Não me orgulho disso, como não desprezo. É um fato, e eu vivo com ele no coração.

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
laura sobenes disse...

muito, muito bom!