Se tu me tratares com frieza;
Caso tu me trates com gelidez glacial;
E me esnobes, por fim, com aspereza,
Ainda assim, não levarei a mal.
Perguntas-me por que tanta calma;
Não sabes tu, então,
Que o bom aprende a perdoar,
E perdoa no aprender?
Que sua calma vem d'alma
De sua vida de ermitão
Virtuoso, a meditar,
Observando o entardecer?
Eis a vida, meu irmão,
De um monge sacristão.
Não bebe, não fuma,
Não ostenta, é frugal.
A mente guia, a alma ruma,
Vida iôgue, lar natural.
Os olhos a atravessar
O mundo, tal navalha;
Por ele a enxergar,
Fosse este fina, crivada malha.
Eis a vida salutar,
Consagrada a meditar:
Seu ser a transcender
Do homem, chão parecer.
Tamanha é sua meta:
A mente segue arquitetando,
No imo santo do asceta,
Novos horizontes divisando.
Quiçá encontre estrada reta,
Ou prosseguirá meditando...
Parece pacata essa vida,
Mas, de lado, deixou família,
Dinheiro, o resto do mundo;
Mulheres, o podre e imundo.
Para assumir, então, nova lida:
Espadelar o íntimo, fazer partilha,
A imergir no âmago, a fundo,
Encontrará o Inconsciente Raimundo.
Orando, próximo a Deus,
A dorida genuflexão diária.
Não é vida extraordinária,
Mas são passos dignos seus...
Alcança a paz, monge.
(diz ele:)
"Ainda estou longe..."
E me esnobes, por fim, com aspereza,
Ainda assim, não levarei a mal.
Perguntas-me por que tanta calma;
Não sabes tu, então,
Que o bom aprende a perdoar,
E perdoa no aprender?
Que sua calma vem d'alma
De sua vida de ermitão
Virtuoso, a meditar,
Observando o entardecer?
Eis a vida, meu irmão,
De um monge sacristão.
Não bebe, não fuma,
Não ostenta, é frugal.
A mente guia, a alma ruma,
Vida iôgue, lar natural.
Os olhos a atravessar
O mundo, tal navalha;
Por ele a enxergar,
Fosse este fina, crivada malha.
Eis a vida salutar,
Consagrada a meditar:
Seu ser a transcender
Do homem, chão parecer.
Tamanha é sua meta:
A mente segue arquitetando,
No imo santo do asceta,
Novos horizontes divisando.
Quiçá encontre estrada reta,
Ou prosseguirá meditando...
Parece pacata essa vida,
Mas, de lado, deixou família,
Dinheiro, o resto do mundo;
Mulheres, o podre e imundo.
Para assumir, então, nova lida:
Espadelar o íntimo, fazer partilha,
A imergir no âmago, a fundo,
Encontrará o Inconsciente Raimundo.
Orando, próximo a Deus,
A dorida genuflexão diária.
Não é vida extraordinária,
Mas são passos dignos seus...
Alcança a paz, monge.
(diz ele:)
"Ainda estou longe..."
Um comentário:
ahahhahaahah! finalmente idem! (nem vi que você havia comentado quando comentei aqui. gostei da tua produção. vou linkar lá no meu.)
grande beijo! =)
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