domingo, 17 de maio de 2009

Posteridade Inadiável

Quero ser como Rúnotchkin. Rúnotchkin, o pequeno e torto Rúnotchkin, não temia ninguém. Quero ser Marighella, que não temeu sequer ficar banguela, torturado, no escuro e podre duma cela. Quero ser tal qual ela, deificada, teogônica, minha estrela, qual avisto da janela. Qual rufla ao vento, vem ser flanela, quente, leve, macia, meus sonhos de ambrosia. Os signos são frios, mas não tu - tu és fragrância, rosa, almíscar, bálsamo dos afogados. Ó, luz libertadora! Oferece tua luzerna sempiterna ao cor que em mim inverna. Vou a ti, meu ideal. Cá estou. Almejo descobrir o que eu sou. Este é meu canto e meu voo - ao infinito. Lá meu suspiro se eleva em grito, um grito de quem vive - indelével sinestesia e brinquedo dos sentidos, expandidos, sem dominador ou dominado. O Real, o inteligível, epistêmico alado.

Que sonho é este? O único que me mantém acordado.

Nenhum comentário: