domingo, 22 de março de 2009

Pender Peneder

Pedro sentou no seixo
Pedro comeu a jaca
Sáxea vazão de dormir
E cair no vazio
Não sentir frio
Jamais sofrer dor

Fluir pelas curvas do rio
Aprender direito o qu'é amor...
Cavaleiros em jesta
Ou nobres em festa

Nunca, nesta floresta
Poderei ter mi'a sesta
Tudo cheira a dor
À morte drástica
Ao ímpio amor
E sua lástima

Queimem incensos
Mas não queimem a mim
Quis eu: não fosse assim
Qual flor, qual jasmim
Tais mares imensos
Ond'eu pudesse mergulhar

Olvidando tuas carícias
Tua boca, teus ouvidos
Todos gestos entretidos
E o rochedo do meu ser
Deixa-me morrer!

Triste, rijo, empedernido
Tal penedo combalido
Porq'eu vivo

(E perduro.)

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