domingo, 24 de janeiro de 2010

Azia

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Uma mão fria, no breu
Vem me tocar
Sinto um toque ateu
O uivo do lobo ao luar

Paraliso em dor
Seria um primor
Conseguir não gritar
Controlar meu esgar

Já não sinto meu corpo
O torpor me consome
Um brado de dor
E a tortura da fome

Mi'a única arma:
Parar o tempo
Buscar na calma
Meu único alento

Lidar c'o sofrimento
Deixa-me atento
Respiro fundo e penso:
É meu último momento

O intenso odor
Do incenso
Leva mi'a ira
Embora

Minha barriga vazia
Deita e chora
Eu pego mi'a lira
E canto o agora.

2 comentários:

Biratan Porto disse...

Salve, Fernando.
Bonito poema.
Já ensaiou um livro pra reunires tuas poesias? seria leal.
abs. biratan

Fernando disse...

Ô, Biratan! Eu ainda não travei contato com nenhuma editora de pequeno porte... geralmente elas se interessam em poesias premiadas em concursos, e eu não sou participante delas. Mas se você tiver qualquer contato, só me passar.

Acredito que dê para compilá-las todas num livro, sim!

Valeu pela visita, sempre!