segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Cúpula da Vida

"Ai, ai, ai, que céu redondo
Este céu estrelado..."
(Gárdonyi Géza[1863-1922], escritor húngaro)

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Se algum momento de minha vida não foi em vão,
Eu não sei afirmá-lo;
Pois vivo estou e não penso em respirar.
E se algum momento valeu mais do que qualquer outro,
Isto quer dizer que só vivi alguns momentos.
O resto?
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(O resto) Foi desperdiçado em vãos pensamentos.
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Ai, s'eu pudesse resumir todas minha lágrimas em uma palavra, esta seria uma só, pois toda minha vida só valeu por ela: aprender. Mas para aprender eu sofro, eu choro e grito de raiva. Porque aprender dói, machuca e penetra meu âmago como uma navalha. E, ainda assim, não desisto de aprender. Não aprendendo, mais vale perecer.
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Se eu amasse
Com a mesma intensidade
De minhas palavras,
Eu saberia o que é amar...

Isto somente mostra
Que acreditar em minhas palavras,
É perder-me: não mais voltar.

Isto revela
Que não sou o que digo,
Nem um poeta por escrever poesias.

Sou o que faço,
Mas o que faço?
Além de divagar e enrolar,
Pouco faço, mesmo nada;

Nada digno de se mencionar.
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Volta e meia me arrependo
Do que fiz e deixei de fazer.
Mas à medida que vou aprendendo,
Vou deixando de lado o arrepender.

Se o amor fosse tão alcançável como o pintam,
Dele não se precisaria falar,
Nem mesmo enaltecê-lo...

Se fosse realmente fácil amar,
Haveria, pois, milhões de poesias a descrevê-lo?
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Ah! Se amar de fato fosse
Tão simples como o acariciar dos cabelos...

Ninguém precisaria, nunca, sequer sonhar
Com o que se suspeita ser o amar...
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Quero um amor
Quero uma amora
Quero um amor
Uma amora
Um amor
Namora,
Amora
Amor
Dor

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