Tenho esperança, sim. Talvez a esperança de um náufrago, ou a esperança de um negro condenado às galés. Mas ainda assim a tenho em mãos. Ou na mente. Não sei ao certo.
Podem ser meus últimos suspiros, os ulteriores ululos da coruja que estou a ouvir. Mas já serão olvidados. Há muito o que gravar, há muito o que lembrar, há. Só não há espaço para tanta alegria em um peito recoberto de mágoas e assuntos mal-resolvidos. Esta fuligem funesta que se assenta em meu corpo, em minha testa, em tudo que a vida atesta.
Não. Sim. Talvez. Palavras que definem a realidade ou a ficção. Mas o que são todas essas palavras, sem um toque de ação?
Seriam nada? Seriam tudo? Seriam pólos antagônicos?
Não se pode viver sem pagar.
Talvez não em moeda, mas pagamos.
Sorte nossa. Não daríamos valor a coisas alguma se viesse tudo de graça e de bom grado.
O ser humano talvez tenha nascido para aprender que nem sempre será amado como gostaria.
E que quase nunca acordará com o anseio de amar seu próximo como aquele esperaria.
Homo... homini... lupus...!
Há 20 horas
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