sábado, 20 de dezembro de 2008

Multiverso

Mente dispersa cogitando...
Impossibilidades, concatenando
Idéia por idéia, uma alcatéia
De uivos lupinos, próximos e distantes
Eternidades e instantes.

O vento vem a balouçar e chacoalhar
Renovando cada soprada do samovar
E a cada baforada um recomeçar
Dispersa dor
Dispersa a terra,
A guerra
E reinventa a Paz
E recria: tudo... todos
Pois a Mente se abriu...

Tal expansão da mente
Cética e descrente
Medeia jejum e ceia
Prostrando-se assaz
Na divisão das águas,
Entremeando seca e cheia.

É o pensar mesopotâmico
Que vê senão um divisar
Contínuo de dous rios:
Um ascendente, outro decrescente
Perfazendo, a fusão de ambos,
O trabalhar da mente
Num fluxo ambivalente
Persistente...
Permanente.

O decurso de tanto matutar
É a assimilação do novo
Aterrador... a desova
De feras draconianas
Feras cujas flamas
Incandescerão um Ser
Propenso a mudar
Infenso ao minguar

Mudar em botão
Botão em Flor
Flor em Amor

E, assim, o frescor
Que o cíclico processo
Vitalício...
Traz à ave ígnea
Cuja retomada da vida
Provém de cinzas
À primeira vista estéreis...

Pois nada é como parece...
Se até mesmo o Sol esvanece
Para explodir em Luz!

2 comentários:

Jefferson disse...

Mesopotâmica poesia!

E o sol aparece no fim, brilhando...

Fernando disse...

Shine on you crazy diamond.