terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Saber Viver

Originalmente pensado como savoir-vivre, por ter sido esta a expressão que primeiro pululou em minha mente, apesar de meus parcos e rudimentares conhecimentos da língua francesa.

Por que penso Naquilo
Naquele incidente
Por que o sinto em meu peito,
Sombra onipresente?

Jaz subjugado Algo
Este Algo que importuna
A pulsar sob as carnes do peito
Silente e vivo...
Flébil.

Edaz, voraz... glutão
Nem com a boca se come deste pão
Que o Diabo amassou
Atirado à sarjeta
Sobre a qual um mendigo esfaimado
O visava, olhar convergente
Na côdea negra e fria:
O mendicante era eu.

Eras tu
Eram todos, todos, todos
Cuja fome e maior necessidade
É o saber.

***

Quando a névoa encobriu teu rosto, Laura
Verteram em meu rosto gotas
De idas lembranças e pujanças...
De tudo o que o amor foi capaz.

Acorreram à mente imagens...
Mas apenas figuras esvoaçadas!
Do que foste pra mim, ser carmim...

Pudesse eu falar latim, ou qualquer
Outra língua do mundo
Que te trouxesse para mim
Juntinho assim
Para o deleite dos ouvidos
O frufru de seu vestido carmesim...

Ah! que importa a nostalgia?
Se o passado é transubstanciado
Em alegorias...
E vai-se à água o que outrora fora
A evidente realidade
D'um dia-a-dia...

***

Se viver é sonhar e sonhar é viver
Não custa nada sonhar outra vida
Se também aquela sera vivida...

Não custa nada tentar mover
Uma alma empedernida
Não, enquanto em sonho,
Hábeis mãos deslocam esta fria rocha
Onde não supunham vida...

***
Pudera o mundo e sua órbita girarem
Ao gosto e bel-prazer nosso
O caos sobreviria...
Oh, não posso...!

Descrever, quando o mundo todo rui e rui!
E somente na alma humana vê-se amparo
E resguardo diante vis intentos
Feitiços e ungüentos...

Mas, sim, é forte Aquilo
Sáxea sua vontade
Não abre mão da Liberdade
Ferrenha luta em que disputa,
Para o Homem,
Seu ígneo direito à Santidade

Oh, Sant'Alma!
Tu és o prisco braço
Que defende a Humanidade!

És tu o bastão que à terra deita os néscios!
És tu o sibilar do vento
Que em uníssono se funde e confunde
Ao uivar dos lobos... pareada às feras,
Mostra-nos quão bela e fugaz
É a luz que espreita o âmago
Do Homem que em si busca a Paz.

Alguns te nomeiam virtude
Mas poucos são os sãos
Que sabem...
Seres tu minha razão de ser.

***

Ao penetrar nas trevas da floresta
Ele só queria entreabrir em si a fresta
Que possibilitaria ver o Real...

***

Ao bater com força a porta
Ela só não pôde ocultar
A comporta escancarada de seu coração...

***

Ao avistar, Narciso, o espelho
Esqueceu de vez o escaravelho
Que havia lhe imputado seu destino e perdição.

***

Ao escrever estes versos
Fujo do respirar a agrura...
Meu corpo esqueceu sua feitura.


***
*
***

Such is the light:
Inasmuch as your being sustain the power to fight
In the coldest recesses of the Night

Such is life:
Inasmuch as your being retain the Force to live
Throughout pain and strife

From the Fire comes Light:
Do not ever forbear this truth,
Or your being might as well lose its unfastened might.

Such is the light.

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