sexta-feira, 9 de maio de 2008

Filmes, livros, tudo menos escola

Estou assistindo a filmes todos os dias, lendo livros diversos, ou trechos dos mesmos diariamente também. Estudar (que é bom?) nada. Não faço as lições (de matemática, por exemplo...) quando não estou a fim, não vou ao técnico quando meu sono vespertino não me permite, hehe.

Se bem que estava ficando cheio de rotinas, de estudo, de horários de comer, e quebrei para ver o que acontecia. Nada demais, a não ser uma "leve" crítica dos meus pais, o silêncio que diz tudo do meu pai, as inferências ao mesmo tempo diretas e indiretas da minha mãe, o olhar espantado do meu irmão ao contar a ele que tenho 11 faltas em Literatura, das cerca de 24 aulas totais...

E, apesar de tudo, não me arrependo de não ser certinho quanto aos meus compromissos sociais. Eu me sinto um cidadão por me manter informado e comentar sobre o que leio e sobre o que sei, e, sobretudo, sobre o que pesquiso, no meu blog - mas não por ir à escola. Isso não. Quero passar do 3º e entrar na facul, FFLCH, de preferência. Se não der? Ótimo, faço Ioga, viro professor de inglês para não ser expulso de casa, e acabaram-se meus problemas "morais".

Nada como ouvir a música The Gunners Dream, do álbum The Final Cut, do Pink Floyd... Ela me deu a inspiração de escrever isto.

Pois é. Com tantos planos, acabo não vivendo. Odeio planos, qualquer coisa pré-estabelecida, qualquer acordo cínico, aperto de mão frio, eficiência maquinal do homem, robotizado, alienado, cuspido, um nada. Não quero antecipar nada, mas é difícil me lembrar disto... Quero perder esse egoísmo profissional, essa ilusão de carreira, esse daydreaming, essa inagüentável inércia perante as 2,5 bilhões de pessoas que vivem passando fome...

E pensar que me voluntariei pro Exército. Foi uma decisão muito difícil, e nem sei se serei chamado. Não torço para ser chamado, nem para o contrário. Não me arrependo por minha decisão, nem me congratulo. Há coisas que são como são, assim como a brisa é a brisa, e o mar é o mar... E a vida é como é, porque assim é que é, não é mesmo Fernando Pessoa, ou melhor, Alberto Caeiro?

Resposta: ...

3 comentários:

Camila da Mata disse...

O interessante é que me anda ocorrendo o mesmo: hoje faltei no médio e no técnico, por sono,cansaço e por achar que ir seria inútil.
E meu irmão já venho comentando que estou sendo muito relapsa.

"Quero passar do 3º e entrar na facul, FFLCH, de preferência. Se não der? Ótimo, faço Ioga, viro professor de inglês para não ser expulso de casa, e acabaram-se meus problemas "morais"."
Isso me lembrou ligeiramente uma matéria da Superinteressante, na qual o autor dizia que os jovens andam muito obcecados por uma fórmula pronta de "terminar colégio- entrar faculdade- trabalhar- trabalhar mais- ganhar dinheiro - ser feliz", como se fosse impossível atingir os fins sem esses meios específicos.

E quanto à literatura, é maldade que as aulas sejam de terça-feira. Educação física, literatura e Inglês!? Não dá mesmo vontade de ir.

Fernando disse...

Concordo quanto a Literatura ser de terça-feira! Porque quando a gente tem dispensa de inglês, aí já são quatro aulas, menos as de EFI, acabam sendo duas...

Mas estou pensando que, sendo o 3º ano, as coisas são diferentes. Meu segundo ano foi bem diferente: eu deixava de ler os livros que me interessavam para estudar.

A crítica que eu estou recebendo em casa está muito forte, por outro lado. Preciso desenvolver meu papel social, e ao mesmo tempo seguir meus outros objetivos... É um desafio, sem dúvida. Técnico e escola cansam, e fico sonolento, tanto à tarde (meu técnico é à noite), quanto depois do técnico. Sempre me dizem: "é o último semestre, relaxa", mas não é tão simplista como a maioria das pessoas pensam.

É exatamente no último que estou tendo mais lições, trabalhos e pesquisas, e, mesmo gostando do meu técnico e querendo trabalhar na área de Museologia por interesse próprio, é difícil conseguir o descanso que preciso pra ir bem no técnico E na escola - e ao mesmo tempo estudar para o vestibular.

Mas é um desafio que devo peitar, e já estou peitando, desde o início do ano. Que meus esforços possam se equiparar aos desafios à frente!

Lucas Pascholatti Carapiá disse...

Infelizmente.

Por fazer o que você faz, seguir os meus instintos e cuidar de mim. Me repetiram de ano, me destruiram como ser atuante de minha vida por pensar assim, infelizmente, fazer o que tu fazes está dirétamente proporcional a um ódio pela parte das instituições sociais que mantemos obrigações diárias...

Espero que você tenha mais sorte do que eu quebrando o sistema desta forma. Pois, eu não tive e até hoje sofro as consequencias, assim como seu irmão sofreu um dia.

Cuidado. Às vezes é melhor abaixarmos a cabeça ao sistema e sermos superiores do que tentarmos quebrá-lo e sofrer torturas.