segunda-feira, 5 de maio de 2008

Poesia: A melhor que já fiz

A poesia que segue abaixo foi feita no dia 21 de novembro de 2006. Foi numa aula de Redação, com minha muito estimada professora Marly, do primeiro ano da Federal. Ela colocou uma música no rádio, sobre a qual a gente deveria se basear para escrever nossos versos. Nesse dia eu já estava desesperado: não conseguira recuperar os pontos que estava devendo em Física, Química e Matemática! E tinha quase certeza de que iria repetir. Daí o tom do poema:

(sem título)
Oh! Majestosas aves
Que odeiam a solidão
Serão vocês corvos
Por que não? Por que não?

Tão alto elas voam,
Pois querem o céu.
São Puras e lindas,
Como o mais doce mel

Oh, Deus! Oh, Deus!
Belíssimos são
Todos pássaros Teus!

Olhem as crianças, encantadas,
Observando com atenção!
Essas aves aladas,
Que mal tocam o chão!

"Quão bela é a vida!"
Exclamam elas, entre si,
"E tão mansa tem sido...
Como os pássaros daqui."

Voem, voem, bem longe!
Para o Tibete ou pro Butão.
Lá encontrarão muitos monges,
Que as amarão de todo coração!

Oh, maravilhosa Criação,
Que se revela na Natureza!
Quão perfeita é a Mão
Que criou tamanha Beleza!

Saiam, saiam, já, desta cidade!
Imunda e podre, por dentro e por fora,
Pois sei: vocês almejam a liberdade,
E têm em mais alta estima o Agora.

[Carpe Diem! Carpe Diem!]

Louvo muito sua fraternidade
Pois nossa vida vale enquanto
Mostramos a simplicidade
De vê-las felizes e voando

Já agora eu as vejo,
Todas como são
Logo um breve lampejo,
E não serão mais pretas como carvão!

Pois agora sou um:
Sou um deles, meu pai!
Um ruído alto: Pum!
Vôo como um deles! Sai da frente, sai!!

Como eu amo voar,
Vejo as árvores e o Mar!
Vejo a Terra em toda sua extensão...
Agora sim... vejo as coisas como elas são.

A professora ma devolveu com o seguinte comentário na folha: "Facilidade com rimas." Eu acrescentaria outro ponto: foi um baita momento de inspiração, e a poesia só sai direito quando esses raros momentos acontecem. E saiu tudo de repente, um turbilhão.... Eu escrevi essa poesia como o aluno que copia a lousa que está sendo apagada pelo professor: ou seja, meus amigos se espantaram.... Caio, Érico, lembro da expressão de espanto no rosto de vocês..... E eu também me assustei....

5 comentários:

Jefferson disse...

Ó liberdade
que vem acompanhada
De simplicidade
Como as aves
Como o céu
Mesmo nas nuvens
Mão há escarcéu
Não há botafogo
Queima-roupa
Foge-do-touro
E por aí vai...

E não é que só se consegue falar algo da liberdade, cantar os céus, quando a gente se sente presinho, presinho?

Fernando disse...

Preso... Como falar da liberdade sem encontrar-se preso, sem estar preso, sem ver-se preso? Ótimo ponto.

Fernando disse...

Só agora percebi como o título é ambicioso. Talvez não seja a melhor. E dá uma impressão errada para quem vai lê-la pela 1ª vez. Podem achar que é melhor do que ela se prova, ao terminar a leitura, ou achar que sou convencido e estou tentando promover algum talento inexistente. Deixarei como está, mas eis meu comentário para quem tiver a (errada?) impressão de que estou me achando demais.

Lucas Pascholatti Carapiá disse...

Este poema acaba de emocionar as minhas partidas, auto-estima e segurança.

Gostaria de ser estas avez e partir para longe, sem me preocupar com mais nada. VOAR!

Camila disse...

Bravo!

muito bonito!
bela inspiração, bela poesia e bela emoção !

adoro ler suas poesias ...