quarta-feira, 12 de maio de 2010

Um infinito olhar a penas

O uivo seria ruivo
Se tivesse coloração
O ruivo uivo vermelho
A voz carmim do leão

Encarnados vozerios
Delineando uma lâmina
Donde despontassem fios -
Filetes de sangue - drama

Dentre o rubro pegajoso
Tremeluziria a alma
Enlameada no grosso
Vazar sensabor da calma

E no rutilar do gume -
Cume da ponta afiada
O claro a piscar no negrume
A luzente mão da fada

Cujo sorriso indagasse
Um porquê jamais expresso
Lá - bem de onde o sol nasce
Esconde-se um véu espesso

Olvida-se um ser distante
Seus vagos ecos nos soam
Como sinos neste instante
Os tempos sem fim ecoam

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