sexta-feira, 16 de abril de 2010

Testamento Póstumo


Pensamentos condensados
Num pedaço de papel
Pensamentos lado a lado
Num pedaço infiel

Falsidade ideológica
Eu - nem ali eu estou
Linhas sem eu e sem lógica
Sem meta, bola, sem gol

Quem por acaso aquilo escreveu
É vida sem prazo
Já não é mais eu

É o fundo do vaso
Tão meu quanto teu
O negro do ocaso
A sombra do breu

A flor - outrora se abriu
Sem sequer saber, viveu
Puro azo juvenil
Aquilo jamais foi eu

Entendes? Vejo tua face
Risonha - é um disfarce
A face dalguém a sonhar
Com dor se torna tristonha

A velha tricota alegre
Ignorante da morte
Célere como uma lebre
E nisto está toda sorte

A seta certeira
Virá amanhã
E esta cadeira
Será teu divã

As boas maneiras
Amor, foram vãs
Tornaram poeira
...teu taticumã

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