quarta-feira, 7 de abril de 2010

O Fim da Heroicidade (II)

Não creio em heróis
Não creio em vilões
São ambos os mesmos
Iguais as canções

Stálin o monstro dorme
Tranquilo em seu mausoléu
Ri em seu rosto disforme
Repousa em seu cilo o réu

Quem ora venceu
Tudo cometeu
Atos tão ateus
Pois nunca houve um Deus

Em nome do eu
Se fez o sagrado
Em nome do eu
E o mal coroado

À frente canhões
Para a batalha
À frente sermões
Para a mortalha

À frente reis vis
Toda a canalha
À frente guerreiros
Por sob a malha

Soldados de chumbo
Condecorações, medalhas
O céu róseo-plúmbeo
Em luto se cala

A luta na vala
Trincheiras exangues
Maneiras de sangue
O sangue na sala

O rifle e o fuzil e as balas
Cartuchos, cantis, balelas
Homens murchos, pueris
Sequelas da guerra exalam

Postos de combate póstumos
Virilidade senil
Marionetes se prostram
Ao sempre à margem do rio

Nenhum comentário: