segunda-feira, 21 de junho de 2010

Estéril Solo

Um punhado de mias lágrimas
Diagnóstico:
Tristeza incurável.
O desespero tranquilo
De quem se vê a morrer

E com lágrimas se dissolve
Revolve-se em luta inteiro
Não é por Frida ou por Nicole
Sim por ser um mensageiro

A quem ninguém dá ouvidos
E por que por deus daria?
O choro é logo esquecido
No colo da mãe, mamãe
No colo da tia, tia...

Gotas, pingos pluviais
Sem plúmbeas nuvens cinzentas
Só ais, mais ais, tais quais ais
Oh, soluço, angústia lenta!
Crimes capitais, sem pais!

Dor sem parentesco ou alma
Não curada por ar fresco
Calma - tu ficas patética
Ao entregar-se ao sofrer

Não pranteie ou lamurie
Queira Deus desfaça ou crie
Rios do tolher, infinitos
Sob pontes pênseis de gritos
Rarefeitas no abandono

A saída inexistente
Esteve escondida ali
Onde o rio flui e sorri
Dentro de ti, dentro, sim,
Teu cultivado jasmim

Não jaz em mim, mas em ti
Espreguiça-se o saci
E ri, e ri, e ri, ri
O ensandecido feliz...
Só ri, só ri, só ri, ri.

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