sexta-feira, 11 de junho de 2010

Espada Embainhada

Mato-me um pouco por dia
Se é que ninguém percebe
Nem me condena a uma pena
Quiçá maior que esta

Mãos se oferecem no ar
Irresoluto, já débil
Quererão me ajudar
Meu teso corpo, mi' alma leve

Minh'alma leve embora
Os maus presságios
As tristes cantilenas
Do merencórico agora

Um desarrazoado medo
Do desarrazoado homem
Me abala logo cedo
Minha empatia some

Integridade almejada
Numa vida de facetas
Partes do todo - do nada
O ressoar das grilhetas

Algemas e estigmas
O que é, o que são
Um vasto mundo de enigmas
Ora herói, ora vilão

São os mesmos, já não
O mesmo nunca é o mesmo
Sabe-se lá o que são
Sob o sol só da solidão

Sabe-se lá o que é
O que está parado
E paira de pé

O chão chamuscado
Formas disformes em pilhas
Meu medo, nosso degredo
Nossa abominável ilha

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