Ah, os bárbaros berberes
Sobre as dunas do deserto
Camelos postos em série
Onde o Sol está tão perto
E a água tão distante
Nesta areia angustiante
Lunáticos beduínos
Entoando loucos hinos
Dez dromedários sedentos
Cem homens sob o céu pleno
Marcham ao oásis rente
Em seu passo penitente
E não é em busca d'água
Em busca do conhecer
O que todos vêm a ser
Dentre o mar que nos deságua
Confluindo vida e morte
Neste signo do mais forte
Quem virá prevalecer
Quando o dia amanhecer
Azenegues alma entregues
Beduí beduim - sim!
O teu não jamais nos segue
Vive a vida a vida em mim
Nossa cáfila descansa
Tudo quanto a alma alcança
Nosso caravançará
Fica onde a alma está
Costa à costa, mar a mar
Seco o solo, fértil lar
Dromedários, meus rosários
Contas do sacro colar
Pingentes do meu pescoço
Aparando o suor grosso
Escorrendo em minhas veias
Quando a lua já vai cheia
Cheios n'alma estamos nós.
Sobre as dunas do deserto
Camelos postos em série
Onde o Sol está tão perto
E a água tão distante
Nesta areia angustiante
Lunáticos beduínos
Entoando loucos hinos
Dez dromedários sedentos
Cem homens sob o céu pleno
Marcham ao oásis rente
Em seu passo penitente
E não é em busca d'água
Em busca do conhecer
O que todos vêm a ser
Dentre o mar que nos deságua
Confluindo vida e morte
Neste signo do mais forte
Quem virá prevalecer
Quando o dia amanhecer
Azenegues alma entregues
Beduí beduim - sim!
O teu não jamais nos segue
Vive a vida a vida em mim
Nossa cáfila descansa
Tudo quanto a alma alcança
Nosso caravançará
Fica onde a alma está
Costa à costa, mar a mar
Seco o solo, fértil lar
Dromedários, meus rosários
Contas do sacro colar
Pingentes do meu pescoço
Aparando o suor grosso
Escorrendo em minhas veias
Quando a lua já vai cheia
Cheios n'alma estamos nós.
2 comentários:
Primavera!
Persevera na areia, chão que não vê chuva. Mas inunda vida; único jeito de vencer a adversidade desértica, que é demais, é demais, minha nossa.
É demais nos dois sentidos que demais abrange. O solo desértico coze o pão dos beduínos com seu calor de forno a sol, fogão a sol. Camelos e dromedários que chegam a ingerir 120L de água de uma golada para aguentar a rotina de intempéries solares.
50ºC durante o dia, 0ºC à noite. Sol e gelo, modos primitivos, redivivos do viver à exaustão. O que é a civilização para esses indivíduos cujos veículos são camelos e dromedários, cujas esposas recebem bofetadas quando não lhes agradam, cujos panos servem como o mais fiel filtro solar, suportando-os envoltos ao corpo no mais escaldante calor!
Haja vida!
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