E quando posta, diz que o mundo irá acabar.
E se fosse, de verdade, um dia terminar?
Viver-se-ia melhor, saber-se-ia aproveitar?
E se não fossem profetas a murmurar,
Mas astrônomos a determinar:
"O mundo está para findar!"
A catástrofe... (esta, sim) rolando solta no ar.
Meteoros e cataclismas vão todos (até os mortos) revirar
[enquanto há:]
Pessoas incontáveis a se desesperar
Criando (inúteis) teorias (para se amar)
Todos buscando, enloucados, aproveitar...
Seja lá o que isso for significar!
O que é aproveitar?
O que é amar?
Quantos estão realmente vivos?
E não somente fingindo viver...
Quem sou eu?
Quem é você?
Por que me iludi (em te idealizar) ?
Por que te esqueci (depois de aprendida a lição)
E continuei a viver, estando aqui
Mesmo sem essa doce (e amara des)ilusão?...
Por que se decide ir ao albergue,
[Supostamente] (para se) realizar uma boa ação...
{sentir-se bem, isto é}
E, de repente, não negue,
Já se mudou a intenção...
Correr é bom para rir
E saudável esporte é.
Porém não para fugir,
Tão logo decidindo-se,
Para logo virar o pé...
Vale mais ir bem em uma detestável prova...
Do que realizar algo "bom"?
A vida ainda viceja, nova,
E já se desligou o bom tom.
E fala-se, ainda, em fim de mundo,
Como se isto fosse todos afetar...
[N]Este mundo sugismundo,
Onde ir mal é vagabundo ser-estar (mais conhecido como verbo TO BE)...
E discorre-se ainda sobre o fim,
Sem saber sequer o início...
Quando ainda o mais forte suplício
É fazer algo "por mim"...
Ser solidário um dia,
E (correspondentemente) Egoísta noutro...
Chama-se isso ser cristão!
Quando um desejo outro
Está sempre a sufocar uma boa ação...
Viva, gente, a hipocrisia!
(Hua hua hua....este é o mundo de José Simão, o macaco fanfarrão. Festejem, todos, até o fim! E, sim, mintam... mas não pra mim – a não ser que queiram ver suas lorotinhas desmascaradas...)
(Oh, santa hipocrisia de cada dia, rogai por nós, pecadores... vamos lá, camarada, puxe do fundo da memória. Reze comigo aquela boa e velha oração...)
Ouvir honestidade é duro,
É bater cabeça no muro,
Mas sempre vale a pena:
Vida grande ou pequena...
Mais fácil é xingar o mensageiro
Do que escutar a mensagem...
Mensagens não foram feitas
Para servirem de massagem...
(continuem cantando a canção... a tragicomédia representada cá só tem fim com o fim do mundo, como alguns temem [e muitos negam]... ao passo que quem teme não alega... por que será...)
4 comentários:
"Ouvir honestidade é duro,
É bater cabeça no muro,
Mas sempre vale a pena:
Vida grande ou pequena... "
Inspiração não é presente,
Custa é muito à toda gente.
Quando chega, pede licença
Se não ouvir não se assenta.
(E eu que antecipei letras sangrentas e alguma ou outra cena, vem você então "só" com o findar do mundo!)
Continue batendo a cabeça, as crianças batem, batem e depois dão risada, aprendendo rindo sendo).
Hahahaha...
boas poesias não se mensuram. Cada verso é uma oração. Cada oração demonstra o teor do poema.
Bater a cabeça traz machucados. O melhor é aprender antes para não precisar dessa árdua experiência.
Comentários e comentários eu fiz pessoalmente, mesmo que num consigo escrever mto, pois meu teclado num anda dos melhores. Mas, que genialidade única esta a tua de escrever um poema tão inspirado à partir de um momento. Da vista de um algo de alguém.
Meus comprimentos por esse belo poema.
;)
Ótimo.
Valeu, companheiro!
Eu usei a ironia como recurso por não suportar a falsidade demonstrada por certas pessoas - e o não-reconhecimento dessa falta grave de responsabilidade com o que dizem. É minha crítica mordaz contra a hipocrisia de cada dia.
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