Nunca sei a sensação
Passada assim para mim
De quem mata sem perdão
Sem pesar o próprio fim
De quem ceifa um homem são
Como se dissesse um sim
Extraindo o sangue à mão
Como ao arrancar capim
Como uma alma tão ruim
Pode ao nosso mundo vir
Sem ser santo eu mesmo vim
E sem sangue irei partir
Quanto dói matar alguém
Quando a noite insiste em vir
E na treva os fatos vêm
E o momento de carpir
Qual prazer há em se ver
Nu e cru frente ao espelho
O sangue alheio a correr
E ao Cão eu me assemelho
Qual fortuna eu posso ter
Se a memória fugidia
Do sol sadio a nascer
Lembra-me o outro dia
Embebido em sangue e ódio
O mais inumano em mim
Sem qualquer misericórdia
Em meu crime de Caim
Matei Abel, fui cruel
Confessá-lo não mitiga
Nem tira o ácido fel
Da mia ira fratricida
Se morrerei enforcado
Na seca angústia amargada
Não sei - e quem sabe o fado...
Dum homem entregue ao nada?
E quem andou esta estrada
Continuando sua vida
Será uma alma penada
Bem mais morta que vivida
Cada passo um passo falso
Trôpego, vazio, sem sombra
Rumo ao próprio cadafalso
Cujo aberto chão assombra
O vão da vala abissal
Insensível ao perdão
Seu ruído gutural
Murmurando o eterno Não
Não à póstuma injustiça
A quem quis desafiar
A ordem e as premissas
Do universo, nosso lar
Se o divino em nós está
Seu oposto, igualmente
Ai da consciência má
Que a si, teimosa, mente
Pois a alma já pressente
A vontade de enganar
E o Mal, visto à lente,
Transformado em Bem está.
Passada assim para mim
De quem mata sem perdão
Sem pesar o próprio fim
De quem ceifa um homem são
Como se dissesse um sim
Extraindo o sangue à mão
Como ao arrancar capim
Como uma alma tão ruim
Pode ao nosso mundo vir
Sem ser santo eu mesmo vim
E sem sangue irei partir
Quanto dói matar alguém
Quando a noite insiste em vir
E na treva os fatos vêm
E o momento de carpir
Qual prazer há em se ver
Nu e cru frente ao espelho
O sangue alheio a correr
E ao Cão eu me assemelho
Qual fortuna eu posso ter
Se a memória fugidia
Do sol sadio a nascer
Lembra-me o outro dia
Embebido em sangue e ódio
O mais inumano em mim
Sem qualquer misericórdia
Em meu crime de Caim
Matei Abel, fui cruel
Confessá-lo não mitiga
Nem tira o ácido fel
Da mia ira fratricida
Se morrerei enforcado
Na seca angústia amargada
Não sei - e quem sabe o fado...
Dum homem entregue ao nada?
E quem andou esta estrada
Continuando sua vida
Será uma alma penada
Bem mais morta que vivida
Cada passo um passo falso
Trôpego, vazio, sem sombra
Rumo ao próprio cadafalso
Cujo aberto chão assombra
O vão da vala abissal
Insensível ao perdão
Seu ruído gutural
Murmurando o eterno Não
Não à póstuma injustiça
A quem quis desafiar
A ordem e as premissas
Do universo, nosso lar
Se o divino em nós está
Seu oposto, igualmente
Ai da consciência má
Que a si, teimosa, mente
Pois a alma já pressente
A vontade de enganar
E o Mal, visto à lente,
Transformado em Bem está.
2 comentários:
FeLIZ AÑo
Obrigado, a ti também! Um abraço!
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