Desmanchando a machadadas
Chagas dum amor doente
Xícaras de chá deixadas
Cheias de vil aguardente
Nas prateleiras ruídas
De minha fiel estante
Onde um dia vi saídas
À mia vida inconstante
Por só ser um ser humano
Em um mundo animal
O único bicho insano
Dividido em bem e mal
Como eu posso ser um deus
Se resido neste corpo
Se vejo dejetos meus
Como besta serei morto
E memória infalível
Nunca tive nem terei
E o sublime alto nível
Não pertence nem ao rei
Sobre o trono como um mono
Babuíno empoderado
Assombrado em seu sono
Com um mundo inalterado
Por reger e comandar
Sob o peso da coroa
Tudo no mesmo lugar
E a inércia amaldiçoa
Longas noites sem dormir
Debruçado em seu cachimbo
E as volúpias do devir
Lascivamente sorrindo
"Ficarei louco", murmura
Poço de sexo e cobiça
Minha mente é uma tortura
Se aqui ou na Suíça
Pouco importa onde estou
Sigo sendo sempre o mesmo
Sem saber o que eu sou
Singro esta selva a esmo
Miro o céu e as estrelas
Abundando o fundo breu
Minha vida quero enchê-la
Mas o quão vazio sou eu
E se olho o denso mar
Auriverde glauco azul
Pura glória de estar
Norte oeste leste sul
E não mais me ensimesmar
Em vãs vaidades chãs
Maravilhado no mar
Feminino das cunhãs
Das sereias endeusadas
Prata cobre açafrão
Como um conto de fadas
Onde o mal e o bem estão
Sabiamente separados
Numa oposição polar
Inatravessável a nado
Mouro mar a marulhar...
Chagas dum amor doente
Xícaras de chá deixadas
Cheias de vil aguardente
Nas prateleiras ruídas
De minha fiel estante
Onde um dia vi saídas
À mia vida inconstante
Por só ser um ser humano
Em um mundo animal
O único bicho insano
Dividido em bem e mal
Como eu posso ser um deus
Se resido neste corpo
Se vejo dejetos meus
Como besta serei morto
E memória infalível
Nunca tive nem terei
E o sublime alto nível
Não pertence nem ao rei
Sobre o trono como um mono
Babuíno empoderado
Assombrado em seu sono
Com um mundo inalterado
Por reger e comandar
Sob o peso da coroa
Tudo no mesmo lugar
E a inércia amaldiçoa
Longas noites sem dormir
Debruçado em seu cachimbo
E as volúpias do devir
Lascivamente sorrindo
"Ficarei louco", murmura
Poço de sexo e cobiça
Minha mente é uma tortura
Se aqui ou na Suíça
Pouco importa onde estou
Sigo sendo sempre o mesmo
Sem saber o que eu sou
Singro esta selva a esmo
Miro o céu e as estrelas
Abundando o fundo breu
Minha vida quero enchê-la
Mas o quão vazio sou eu
E se olho o denso mar
Auriverde glauco azul
Pura glória de estar
Norte oeste leste sul
E não mais me ensimesmar
Em vãs vaidades chãs
Maravilhado no mar
Feminino das cunhãs
Das sereias endeusadas
Prata cobre açafrão
Como um conto de fadas
Onde o mal e o bem estão
Sabiamente separados
Numa oposição polar
Inatravessável a nado
Mouro mar a marulhar...
2 comentários:
Olha só quem tá voltando de férias! Abraços, Fernando!
Hahaha... pois, sim, férias demais cansa a gente! Sempre há um trabalho que nos anima. No meu caso é a poesia. Ainda que mal saída do berço.
Um abraço, meu amigo!
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