Minha mão na contramão
Torto escreve, reto apaga
Não é mão de homem são
Nem herói de uma saga
Quer carícia, mas afaga
O papel de cor pastel
E a moça de anágua
Tão longínqua como o céu
Quer as curvas da mulher
Mas só acha o caderno
Despe, dobra, toca o terno
A frieza da colher
Quer cabelos anelados
Para enrodilhar os dedos
E com toques saciados
Relembrar de manhã cedo...
Quer o talhe de Iracema
Romanesca e rebuscada
Sua voz doce e amena
Convocando ao tudo ou nada...
Quer... apalpar superfícies
Planas e heterogêneas
Bruscas, lisas e difíceis
Como as montanhas do Quênia
Quer, bem-me-quer, malmequer
Se são flores ou quereres
Se são cores ou mulheres
Escrever a mão não quer.
Torto escreve, reto apaga
Não é mão de homem são
Nem herói de uma saga
Quer carícia, mas afaga
O papel de cor pastel
E a moça de anágua
Tão longínqua como o céu
Quer as curvas da mulher
Mas só acha o caderno
Despe, dobra, toca o terno
A frieza da colher
Quer cabelos anelados
Para enrodilhar os dedos
E com toques saciados
Relembrar de manhã cedo...
Quer o talhe de Iracema
Romanesca e rebuscada
Sua voz doce e amena
Convocando ao tudo ou nada...
Quer... apalpar superfícies
Planas e heterogêneas
Bruscas, lisas e difíceis
Como as montanhas do Quênia
Quer, bem-me-quer, malmequer
Se são flores ou quereres
Se são cores ou mulheres
Escrever a mão não quer.
2 comentários:
Gostei muito desse.
Ele é tão simplezinho... parece bobo, mas, a meu ver, mostra bem que a mão faz uma coisa enquanto a mente faz outra, e vice-versa. Daí o descontentamento que vez ou outra nos assola...
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