Carne seca seca ao sol
O facão já amolado
Carne seca, seca, ao sol
Meu facão mal amolado
Se há carne sobre a mesa
Demos conta da despesa
Mas a mão segue tão tesa
Nada pode agarrar
Se há água na represa
São tempos de realeza
Mas nos mata a moleza
E a garganta a apertar...
Sobe o sol sempre tão cedo
Como se sorrise agora
Quando bate firme a hora
De amansar o meu mancebo
Meu mancebo mal nascido
Descortina a solidão
Desd'o berço destruído
Sabe quais os males são
Antes mesmo de falar
A mãe o ensina a rezar
O pai o ensina a calar
Segue quieto e seco o lar
Irrompe o choro faminto
Se há algum pão, eu minto
O menino se esgoela
O pai monta sobre a sela
Espora a besta esfaimada
Secas costelas à mostra
A seca pele o sol tosta
Racha no meio a estrada
Se vier chuva, vivemos
Caso não venha, morremos
Essa alegria nós temos
Esta tristeza dos demos
Quando é que nós perdemos
O rumo reto - a vitória
Sucumbindo à vida inglória
De viver nos esfalfando
Uma sombra quando em quando
Pois nem isto bastará
Sem palavras pra sonhar
Pia só o carcará.
O facão já amolado
Carne seca, seca, ao sol
Meu facão mal amolado
Se há carne sobre a mesa
Demos conta da despesa
Mas a mão segue tão tesa
Nada pode agarrar
Se há água na represa
São tempos de realeza
Mas nos mata a moleza
E a garganta a apertar...
Sobe o sol sempre tão cedo
Como se sorrise agora
Quando bate firme a hora
De amansar o meu mancebo
Meu mancebo mal nascido
Descortina a solidão
Desd'o berço destruído
Sabe quais os males são
Antes mesmo de falar
A mãe o ensina a rezar
O pai o ensina a calar
Segue quieto e seco o lar
Irrompe o choro faminto
Se há algum pão, eu minto
O menino se esgoela
O pai monta sobre a sela
Espora a besta esfaimada
Secas costelas à mostra
A seca pele o sol tosta
Racha no meio a estrada
Se vier chuva, vivemos
Caso não venha, morremos
Essa alegria nós temos
Esta tristeza dos demos
Quando é que nós perdemos
O rumo reto - a vitória
Sucumbindo à vida inglória
De viver nos esfalfando
Uma sombra quando em quando
Pois nem isto bastará
Sem palavras pra sonhar
Pia só o carcará.
4 comentários:
Voltou! E inspirado!
Valeu, meu velho amigo. Um dia vou te visitar aí na tua terra natal! Um abraço!
Traga casaco, porque está frio...
Então eu vou esperar chegar o verão! De frio eu to por aqui já... haha
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