quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Vivos primores

Vim ver a vida, esta bela cunhã
Vim ver o sol no primor da manhã

Vim viver,
Nadar mais
E mais e mais
Do porto ao cais,
Do cais ao porto

Inteiro nela absorto
Nela
Nas águas da vida
Desta apenas
Nadar mais

Já mais já mais
E de novo, e de novo
O romper do ovo
O nascer da gema

A vida: um poema.

A manivela é meu braço, meu bem benfazejo. Eu giro o mundo no meu realejo. A canção é a vida, o eterno desejo. Eu sou o periquito, e essa mágoa que olho em teus olhos é minha também. É minha, meu bem. Meu bem, que ao bem aspira, sem sequer pensar no mal. Mas o mundo branco e preto nunca foi - preto e branco era o boi que criou tal ideia, sem sentido. A melopeia que vibra de dentro da caixa é o meu coração, batendo, rompendo amarras - em riso, em choro. Está vivo, sim senhor. E vós, que escutais, sois uma parte de mim, integral de meu ser. E a música ressoa da caixa pro mundo, de pessoa a pessoa, de segundo a segundo. O primeiro segundo, eterno instante, qual nunca se fez, pois nunca se foi.

2 comentários:

Jefferson disse...

À vida, verdadeiro poema!

Fernando disse...

Muito obrigado, meu irmão!