quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

A Grande e Inegável Farsa



Homem, você já sentiu que essas guerras, Iraque, Afeganistão, esta que está sendo fabricada contra o Irã, são todas orquestradas muito antes de acontecerem? Porque não sei se você já parou pra pensar, mas levam-se meses, quando não anos, planejando o contingente militar que será posto em ação, a logística de equipamentos, armas, tanques, aviões, o dinheiro que será subtraído da população civil por meio de impostos "reforçados". Enfim, uma guerra não é nada que se inicie ao estalar de dois dedos. Uma guerra precisa de previsão, estatísticas preparadas de antemão, pessoas e mais pessoas empregadas no complexo industrial-militar, coniventes ou simplesmente coagidas monetariamente a entregar suas almas em prol de matanças em países estrangeiros, onde não se sabe nem o nome, nem a cultura, nem nada sobre seus habitantes - vistos como exóticos, perigosos, imprevisíveis. Mas não passam de pessoas como nós.

Armas de destruição em massa que nunca existiram. Um Osama Bin Laden que morreu em 13 de dezembro de 2001. Pois é. Até hoje eu ainda acreditava que ele estava vivo. Como a mídia nos engana. Um suposto Saddam Hussein tirado de uma "toca de coelho", metido entre pés de alface, e convenientemente na época do Natal (sim, faz anos...), quase um peru, que só faltou ir pro forno. Mas a guerra jamais parou. Reforços são enviados, e vêm à tona relatos de veteranos que perceberam o quão fundo vai o buraco abissal de mentiras, mentiras e mais mentiras. Os enganados somos nós. Parvos e tolos e mais preocupados com a morte de Sarah Fawcett, Lombardi, Patrick Swayze, ou Brittany Murphy. Mais preocupados com tantas coisas desnecessárias, enquanto o nosso presidente usa o termo "Merda" num discurso, e a claque toda aplaude, como se fosse legítimo da parte de um presidente soltar palavrões num País que precisaria é de um bom exemplo - e mais que isso, alguém que tivesse a devida permissão de governar - mas isso parece impossível com a gama de lobbies que se tem de enfrentar, ou diante dos quais o governante supremo se vê forçado a prostrar.

Um mundo em que qualquer palavra proferida contra a santidade israelense torna-se evidência de uma mente antissemita, algo tremendamente perigoso no mundo atual. Criticar o apartheid israelita é ser anti-étnico, é ser contra o povo que aquele Estado ilegal abriga. Mas que urtiga! Já nem mais podemos abrir a boca. Estamos todos livres para chamar Mahmmoud Ahmadinejad de negador do Holocausto, mas ele nunca disse nada disso. A Obama é conferido, numa piada de mau gosto, só pode ser, o Prêmio Nobel da Paz. Que paz é essa, homem? As tropas continuam no Afeganistão, no Iraque, e cerca de 30 mil soldados estão sendo enviados como reforço ao Afeganistão, que hoje supre mais de 2/3 da heroína consumida no mundo. Colhe-se a papoula, que será posteriormente transformada em ópio, e então em heroína.

Vivemos no 1984 predicado por George Orwell. Podemos enfiar a cabeça num buraco cavado na terra e fingir que nada disso está ocorrendo, mas está - e diante dos nossos olhos, atônitos ou dormentes que estejam. Não importa. A Verdade é Mentira, A Guerra é Paz, a Truculência é Auto-Defesa, Agressão é lugar-comum. A história rodopia em derredor de massacres e os abutres e urubus a sobrevoar, pairando sobre as carcaças de milhões e milhões de seres humanos inocentes. Detalhe: quem se beneficia de tudo isso? Os soldados voltam surdos e traumatizados da ilícita guerra, a ONU estima em 1 milhão o número de iraquianos mortos (em 6 anos de agressão), um sofrimento inenarrável, nós que vemos tudo isso e (ainda) não somos alvejados por bombas, condenamos, ou silenciamos, e de alguma forma percebemos que algo cheira mal, não vai bem, o elefante caiu morto no centro da praça e a fedentina teima em invadir as nossas casas.

Os políticos apertam mutuamente mãos frias, rostos sorridentes - como se houvesse por que sorrir. Sim, há a bela vida que temos pra sorrir. Mas não devemos esquecer o que se passa do outro lado do mundo, as ditaduras sob as quais os povos sul-americanos sucumbiram, na política da "Boa" Vizinhança (Good Neighborhood) estadounidense. Sim, as gerações passadas ao menos tinham o alento de ver a Ditadura diante dos olhos - podiam não acreditar de primeira mão, mas vinham seus amigos e escancaravam que havia tortura, sequestros, atividades criminosas acontecendo a torto e à direita, oficializadas. Já hoje as coisas vão mais aprimoradas.

Sim, vemos a dominação econômica. Uma vez ou outra somos obrigados a ver marginalizados nas calçadas, uma vez ou outra somos assaltados, um pequeno lembrete de que a economia força alguns para as extremidades, e das extremidades para fora do recipiente. Recipinete denominado sociedade - que, parece, não comporta todos os indivíduos que a compõem. Alguns grandes criminosos nunca são pegos, a não ser pela morte - que o diga Celso Pitta, Antônio Carlos Magalhães. José Sarney, Paulo Maluf e Fernando Collor? Nem pensar... o governador do Distrito Federal (vulgo Brasília, vulgo "capital do Brasil") enfia dinheiro desviado onde bem entende, e nada lhe acontece.

Se um dia você virar um figurão, e quiser surrupiar dinheiro destinado a causas mais nobres, ditas sociais, ou pró-desenvolvimento, descubrirá que, tendo cuidado, dificilmente irão te pegar. A cultura da impunidade germina cedo na (ausência de) alma de alguns - talvez uma boa parte da população. Eu estou cansado de escrever, eu estou cansado de hipocrisia, e repito que um bom cidadão deve participar. E para participar, ele tem de ler assiduamente, criticamente, ferrenhamente. Questionar, indagar.

Vivemos em tempos de Ditadura Silente. Você não sente, mas ela sequer precisa se esconder. Temos medo de fantasmas, eles nos assombram facilmente, e preferimos criar toda sorte de artifícios para não visualizá-los e mijarmos nas calças de medo. Mas ignoramos que só uma criança que mijou a calça de medo pode aprender a lidar com o medo de uma forma inovadora. Nós temos medo do medo. E assim a sociedade se arruína.

E o único remédio que eu posso recomendar é sott.net. Sem o que nada do que escrevi teria sido minimamente possível. O trabalho desses caras é mágico - notícias garimpadas de cada um dos quatro cantos do mundo, atualizado rigorosamente todos os dias do ano, cobrindo uma vasta atualidade frequentemente deixada de lado pela mídia toda-poderosa. Há sete anos iluminando minha vida.

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