terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Adeus, andorinha!

O poder da esperança
numa ocasião inesperada
vem com força redobrada.


Uma, duas
Três vezes
Teus olhos buscaram
Os meus

Uma, duas
Três vezes
Fingi me entreter
Conversar
Não te olhar
Jamais de novo

Já na quarta,
Não pude
Suster minha mão
E o cruzar dos olhares...

Secos acenos de mão
E sorrisos sem graça -
Sem dentes.

O hesitar dos teus passos
Teu porte de moça, hoje
Mulher
Vindo a mim, curumim, hoje
Homem

"E aí, moço, tudo bem?"
Não podia disfarçar
Não estava
"Ahã, tudo bem"
Somos péssimos atores
"Mesmo?"
Já afirmo por ti
"Uhum"

E o esboço dum beijo
Um único beijo
Na bochecha
Sem abraço

Você em pé
Sem eu poder me erguer
Foi malvadeza

Simular normalidade
Com minha mão tremendo
No copo de cerveja
Meus amigos me encarando
Na mesa

Pela mulher fenomenal que você é
Malgrado o pé
Qu'eu levei em cheio

Quanta crueza
Falsa gentileza
Tamanha vileza...

Você partir do bar sem nem se despedir
Altiva, garbosa, sem sequer olhar
Pra trás
Me chamar pra conversar
Lá fora

Já não rola nem conversa
To ligado
Te desejo tudo de bom,
Vai nessa...

Eu sigo no meu bom tom...
Bem-humorado.

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