Que horas são?
É hora de pegar o busão!
Mas a tarifa aumentou...
Virei agora gigolô
Pagar a nova taxa vai ser duro
Eu vou pular o muro
Ou melhor, a catraca!
Que cheiro de inhaca!
Ambição, exploração
Isso deve dar tesão
Em quem ganha
C'o aumento
A sanha de lucrar
Vira logo argumento
Na hora de pagar
Vem um bodum
Qu'eu não aguento
O brasileiro
Topa tudo
Leva um soco
Fica mudo
E quem protesta
É baderneiro
O que não falta
É dinheiro
A essa gente
Imprudente
Inconsequente
Delinquente
Eles querem é
Parar as ruas
Com suas falcatruas
Par'a gente acreditar
Eles acham que andando
Tudo junto em um bando
Esvozeando e cantando
Alguma coisa vão mudar
A polícia vem batendo
Agredindo e ofendendo
Em um salve militar
Heil Hitler salutar...
Pede uma, dou-lhe duas
Sai da via, marginal
Dou-lhe uma sova
Que te mando pr'(h)ospital
Tua boca vai sangrar
Teu nariz vai arder
Pimentada nos olhos
Pra você nu'esquecer
E aprender que quem manda
Tem escudo, tem porrete
E no bolso um estilete
Pra poder te incriminar
Você é estudante, militante
Adolescente, aborrecente
O teu pai não te ensinou
Pois agora vou lhe dar
Mi'a lição de mandachuva
Uma bela duma surra
Pra de vez te entortar
***
É hora de pegar o busão!
Mas a tarifa aumentou...
Virei agora gigolô
Pagar a nova taxa vai ser duro
Eu vou pular o muro
Ou melhor, a catraca!
Que cheiro de inhaca!
Ambição, exploração
Isso deve dar tesão
Em quem ganha
C'o aumento
A sanha de lucrar
Vira logo argumento
Na hora de pagar
Vem um bodum
Qu'eu não aguento
O brasileiro
Topa tudo
Leva um soco
Fica mudo
E quem protesta
É baderneiro
O que não falta
É dinheiro
A essa gente
Imprudente
Inconsequente
Delinquente
Eles querem é
Parar as ruas
Com suas falcatruas
Par'a gente acreditar
Eles acham que andando
Tudo junto em um bando
Esvozeando e cantando
Alguma coisa vão mudar
A polícia vem batendo
Agredindo e ofendendo
Em um salve militar
Heil Hitler salutar...
Pede uma, dou-lhe duas
Sai da via, marginal
Dou-lhe uma sova
Que te mando pr'(h)ospital
Tua boca vai sangrar
Teu nariz vai arder
Pimentada nos olhos
Pra você nu'esquecer
E aprender que quem manda
Tem escudo, tem porrete
E no bolso um estilete
Pra poder te incriminar
Você é estudante, militante
Adolescente, aborrecente
O teu pai não te ensinou
Pois agora vou lhe dar
Mi'a lição de mandachuva
Uma bela duma surra
Pra de vez te entortar
***
Minha homenagem ao aumento superinflacionado da tarifa de ônibus.
7 comentários:
Paz e amor, bicho!
A verdade é que eles não ganham salário mínimo, sem carteira assinada, devido à impostos tão altos que empregos são quase nada.
Parabéns!
(testei o link, devia ser bug só na hora amigo, está funcionando normalmente)
Obrigado!
Ainda existe transporte público? Claro que não, mas tarifa sim...
É mto bom saber que pessoas com seu potencial escreva e acredite no blog
Eu elogiava sem saber o cranio q vc é! Faz letras, super inteligente como o irmão...me senti minuscula agora!
rsrs
A mari, Mari Conti, me disse que te conhecia, e reafirmou a impressão que eu tinha...de quanto gente boa vc é, e do seu talento...
Continue acreditando no blog, pois é mto bom ler seus protestos...
Hehe Édison... eu não acredito na violência. Fica tranquilo :D
Joakim, valeu meu amigo! Voltarei no blogue amanhã pra ler na íntegra o conto. Conto é o meu gênero predileto!
Elvis N., eu também questiono o termo "transporte público". E no meu último emprego eu não tinha carteira assinada e tinha de custear metrô + ônibus, ida + volta, segunda à sexta! Fora que eu levava marmita por não receber vale alimentação!
Pô, Tu, bacana você conhecer a Mari :D Fico alegrão por isso. E obrigado! Acredito, sim, no blogue. E é graças a pessoas como todos vocês que eu acredito!
“ô sinhô num vê
que na nossa cidade grandi
num existe o contestá
num adianta fica nervoso
e se ficá, trate logo de pescá
no nosso mundo preto e cinza o normar é caba tudo eim pizza
de março à novembro é tempo de revorta
mas de dezembro à janeiro, vamo memo é comemorar...
deixa pros pulítico trabaiá
eles lá sabe o que faiz ...
Ahtá, uma briga aqui outra acolá
esses doutô sabe memo é enrolá
eu vou ficando é no meu samba e só por lá vou recramá,
disculpa aí bom moço dos palavreado bunito,
mas se armentou deixa armentá, em otubro tem as tar de eleição, será que vão se lebrá?
ahh nada, esqueceu que fizeram o sacomã, uma ponte em um lugá aí e uns predim de barracos amontoados, feitos de tijolo em argum lugá? As passagi cara má nem o povo vai se alembrá!
cês vão vê, os dois e sententa fica p'pobri, é nois que paga eles não vão se importá
apesar de sermos a maioria, nossa voíz é mais calada, e não sabemo recrama...
se o rico pegasse onibus, pode acreditá que aumento de passagem seria só quando fosse acrescentá...
No nosso caso ela veio foi pra compricá, vou gasta é meus solado’pé pra trata de economiza.
Bem que mia’vó dizia: pobre ainda existe por pura teimosia!”
"Quando dizem que pobre é uma desgraça, se referem ao desprezo e incompreensão que a nossa cultura e política tem de sua grande maioria, esse famoso grupo chamado de povão!"
Adorei sua poesia, ñ sei, mas tenho a impressão que cada texto seu que leio será o melhor que já lí!rsrsrs
Karen, fico sempre feliz com os teus comentários. Obrigado! Espero não te decepcionar, mas é difícil agradar com tudo o que escrevo rs... muitas vezes são textos diversos, nem todos são engajados, até porque nem toda minha vida é engajada.
Eu pego um pouco daqui, um pouco dali, e vou montando o meu mosaico, minha interpretação, que não necessariamente são originais, mas ainda assim meus, da minha cabecinha, do meu coração.
Enfim, um abração!!
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