Se necessário for
Com lágrimas compor
Um mosaico laico
A versar sobr'a dor
Do indivíduo humano
Dividido, insano
Em cor, religião
Raça e etnia
Sujeito ambiguamente
Ao ódio e ao amor
Sujeito, sempre
À máscara da dor
Por que tal misantropia
E tamanha raiva
O outro se atrofia
E nem a água lava
A imersa mágoa
Sequer a água leva
Em seu fluxo corredio
Essa dor primeva
No correr do rio
Tiritando de frio
O homem agachado
Esvazia o seu cantil
Num sorriso largo
O pote já vazio...
É senão o próprio fado.
Com lágrimas compor
Um mosaico laico
A versar sobr'a dor
Do indivíduo humano
Dividido, insano
Em cor, religião
Raça e etnia
Sujeito ambiguamente
Ao ódio e ao amor
Sujeito, sempre
À máscara da dor
Por que tal misantropia
E tamanha raiva
O outro se atrofia
E nem a água lava
A imersa mágoa
Sequer a água leva
Em seu fluxo corredio
Essa dor primeva
No correr do rio
Tiritando de frio
O homem agachado
Esvazia o seu cantil
Num sorriso largo
O pote já vazio...
É senão o próprio fado.
6 comentários:
Gostei bastante desse.
Que bom, Édison! Esse começou de uma maneira muito especial, pois eu comecei a cantá-lo por acaso, mas apenas os dois primeiros versos: "Se necessário for, com lágrimas compor..."
Adorei a imagem além do texto...
Sim, Wlamir, a imagem é fabulosa. Esse artista russo tem uma habilidade inquestionável com seus mosaicos. Acesse o link que eu pus sob a foto, se tiver interesse nos demais trabalhos desse autor.
E fiquei muitíssimo feliz por encontrar uma imagem que batesse diretamente com o que eu dizia no poema, mas DI-RE-TA-MEN-TE. Com esse belo achado eu criei uma ambivalência, uma ambígua remetência, e isso me deixa extasiado. Pode ter certeza que não é um achado que se faz todos os dias.
Obrigado!
Um mosaico incompleto
Uma oração completa
Brilhante!
Obrigado, Joakim. Isto me lembra que quero passar no teu blogue e vivo me esquecendo!
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