sábado, 30 de maio de 2009

Dialética

Os grãos de areia a perpassar
Minha mão
Na noite fria, gelo, solidão

Minha voz que, rouca, grunhe
Quer perdão
Minh'alma grita, afasta
A solidão

Não penso em ti
Não penso em nada
Não penso em mim
Nem na estrada

Não quero a alegria fugidia
De pegar nos teus cachos
Dizer-te bom dia
Pisar teu capacho

Não quero tuas mãos calorosas
Me envolvendo em abraço
Não quero prender-me
Não quero este laço

Você que me ama
Me prende
Me entende
Me faz furioso!

Teu beijo gostoso
De olhos fechados
É um golpe ardiloso
Minha sina, meu fado
Teus beijos molhados...

Areia azeviche
Que cobre meus olhos
Minha boca - me faz
Teu escravo
Perdido em ternuras
Amor que dura
Obdura e
Perdura
Acorrenta e
Anula.

Eu te amo?
(suspiro:)
Não importa.
Vem logo.
Fecha a porta...

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