Poderia falar da falta que ela me faz. Mas prefiro discorrer sobre a falta que um contato maior com a minha interioridade me faz. Acho que já está mais que na hora d'eu me afastar das pessoas desagradáveis.
Pessoas que não acrescentam nada a mim, e às quais não posso adicionar nada. Pessoas cujos olhos opacos parecem ser ignorados pela grande maioria das pessoas, cuja crença na "bondade inata de todos os seres humanos" um dia irá desabar. Não falo de serial killers, dos psicopatas que aparecem nas novelas, e filmes, e thrillers.
São psicopatas muito mais sutis, denominados no campo da psicologia e da psiquiatria de sociopatas, porque eles se adaptam muitíssimo bem à sociedade. Bem, do jeito que a sociedade funciona, eles não só se adaptam, mas chegam ao topo. Nem quero falar de presidentes do mundo todo, de políticos, não, não. Não por enquanto.
Se você trabalha, no teu local de trabalho haverá um, dois, três, mais. Carismáticos, sensuais, espontâneos, extrovertidos, mas é interessante... é difícil para eles não ser o centro das atenções, não se destacar da multidão, não serem os líderes incontestáveis, não terem os melhores conselhos e sugestões. Se um dia você cair e se machucar na frente deles, vai ser complicado, porque ele não vai saber como reagir - justamente porque não há nele o que chamamos de empatia. Empatia, comumente falando, é a capacidade de calçar o sapato do outro e sentir a pedra que tanto dói o pé do sujeito. Mas, isso é uma coisa que eles não têm.
Puxa, e é um assunto que só se torna amplamente acessível aos que leem inglês. Porque estão em inglês todos os livros e artigos que conheço do assunto. Eu sugiro que você, que talvez se encontre interessado, inicie pelo link: . Você irá descer a página até avistar no canto esquerdo a headline: "Studies in Psycopathy". Não há nada de brochante, enfadonho, "acadêmico" neles. Se você se concentrou na primeira linha, o resto não te causará maiores problemas. Não, não, não! Vai causar sim. Porque você estará lendo algo que jamais houvera imaginado - que há pessoas neste mundo com um panorama interno vazio. Seres inanes. E que passam indetectados pela assombrável maioria, porque se camuflam perfeitamente bem num mundo em que tudo é absurdamente aceito. Inquestionavelmente, camus-ianamente, inacreditavelmente aceito.
Vou pôr a panela no fogo e te contar uma história. Meu vizinho estava espancando a esposa, justamente do outro lado da rua, com a casa fechada. Ouviam-se os berros, barulhos de encontrões, e, lógico, o choro dela. Eu me desesperei. Péra aí. Tem um ser humano hermano apanhando do meu lado, chorando, e eu não faço nada? Mas nada? Como assim? Não nasci pra ser herói, mas isso já é demais. Não vou pôr minha capinha de superhomem e bater na porta do sujeito agressor com uma voz grossa e um punho de ferro. Não. Há um órgão coibidor, composto de indivíduos especialmente treinados, criado e financiado pelo Estado, chamado PO-LÍ-CIA. Mas, o que aconteceu foi que eu consultei meu pai. E meu pai disse que em briga de marido e mulher não se mete a colher. E, na prisão, meu pai certamente diria que em estupro de ladrão não entra perdão. Ok, mas não estamos na prisão (sim eu sei que estamos, mas finjamos que não pelo momento). E algo pode ser feito sem você colocar sua vida em risco. E sua sanidade mental - que, hoje, foge do âmbito de revistas de beleza e dieta, cuja preocupação maior é o corpo e seu perfeito delineamento, para tornar sua carne mais saborosamente digerível pelo sexo oposto num ato denominado cópula, acasalamento, coito. Um ato privativo, intimista, a dois, a três, a mais, incomparavelmente prazeroso. Que, digamos, parece ser o foco da vida de muitas pessoas cujo futuro não trará belos frutos à humanidade. A humanidade parece opaca e obtusa nestes tempos em que se faz sexo sem amor - o que é um lixo, luxo, mecânico, individualista, sem sentido, autodestrutivo, narcísico. Uma merda.
Bem, o site-mãe do link acima é este. É uma equipe que trabalha 18 horas por dia em assuntos que abarcam a nossa realidade. E psicopatia é um tema central. Porque a nossa política é deturpada por tais agentes, a nossa economia, a nossa empresa. Um dia seremos demitidos por um diretor que está pouco se lixando, não te reconhece, te despreza, e você saberá o nome do que o caracteriza psicologicamente. Um dia você conhecerá um cara que trai a esposa virtualmente, enquanto ela está dormindo, e conta o caso morrendo de rir, no deboche, no ambiente de trabalho, na hora do almoço, a pessoas desconhecidas, e você saberá o nome do que o afeta. Um dia você vai perceber que todos os grandes causadores de guerras e ações insanas - Bush, Blair, Condoleeza Rice, Donald Rumsfeld, Collin Powell, Ariel Sharon, Stálin, Hitler, e muitos mais, todos esses vulgarmente alcunhados filhos da puta, são psicopatas que chegaram ao topo. Ao topo da economia autodestrutiva, do neoconservadorismo, do neocolonialismo, do genocídio, do morticínio de civis, da ocupação ilegal de um território alheio, que não para e segue matando, desalojando, torturando o povo sem terra.
E então você vai sacar que eu não sou doido, que eu trabalho oito horas por dia e de lá vou pra facul, e que se algo me deixa doido é ficar 17h fora de casa todo santo dia útil da semana, pra poder viver como se diz por aí - com algum puto no bolso, "dignamente...", e por aí vai. E então você vai notar que a minha condenação de Israel em posts passados não é casual, não vai "na onda", não é coisa do momento. Quem não condena a barbárie, consente com ela. E dorme na cama com ela. E como condenar a barbárie? Bem, ninguém nasceu sabendo, então o primeiro passo é se informar - visite os links, não deixe de visitar o sott.net, que é atualizado diariamente com manchetes, e, caso desejar, leia meus posts acerca de Israel, e chegue à sua própria resposta à seguinte pergunta: Os indivíduos que friamente calculam, orquestram e perpetuam tamanha carnificina podem ser de fato considerados humanos, como bem entendemos o termo? Abaixo vão os links:
A arma ainda quente e esfumaçando
Crimes de Guerra
Aprender a Discernir
Quando tudo pede
E, se você curte poesia em inglês, eu bolei esta, também nos anais do blog:
Wayward Road To Gaza
E uma poesia em português, engajada por Gaza, possivelmente uma das que me deram mais trabalho, mais lenha na fogueira poética. Um trabalho que valeu a pena:
Gaza, em brasas, gritou
Bom, para ser sincero contigo, eu acho que você vai adquirir um outro ponto de vista quando ler os artigos acima. Eu não posso fazer nada por ti, meu amigo. O máximo que me chega é indicar a porta pela qual adentrei. Cabe a ti, e somente a ti, dar teus passos e pôr a mão temerosa na maçaneta, e abri-la, rangente, rumorosa, amedrontadora. E o passo adiante ou recuante também é teu. Nada é meu. Meu aprendizado eu compartilho. Sua opinião é muito importante. Jamais deixe de comentar no meu blog, após ter lido qualquer material aqui postado. Porque, sem comentários, eu não tenho como saber se alguém chegou a ler o que escrevi. E, para um escritor, essa é a maior tristeza que há. De tantos amigos que tenho, você verá que nos posts acima nenhum possui comentário no momento desta postagem.
Há 12 horas
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