Pálido, esquálido, inválido
Por onde andara o bom homem
Cálido, quente e humano
Tornado um lobo inumano
O vento, o frio, a poeira
Uivos, latidos, gemidos
Quer, não quer - queira ou não queira
Vejo o bem destituído
O bem maior almejado
De tranco em tranco ao baranco
E o velho em seu cajado
Em seu passo débil e manco
Vista turva, vã saúde
Assim valeu-lhe a virtude
Valeram-lhe anos, enganos
Lutou no fétido pântano
Mais de um doce-amaro amor
Chamuscou-lhe inteiro o peito
Deu-lhe cor, rubor, ardor
E c'os anos foi desfeito
Olha a magia do dia
Meu velho, sinta a alegria!
Irrompendo de seus prantos
Comovendo os próprios santos
O dia alumia a mágoa
Lava, esfrega, enxágua
Vexame ficou, morreu.
Agora surge outro eu
De esperança, mudança
Frenética dança
Embalado no ritmo
E ritos de pajelança
Passam-se horas, dias
Ribomba a melancolia
Mais forte, aguda no corte
Remexendo na bacia
Cantarola sobre a morte
De feitiços a quebrantos
Juras, perjuras, encantos
Macumba, canjerê, catimbó
Ai qu'enlaça e atiça!
E fatia lagartixas
Conjura uma má poção
E me atira à solidão
Vejo em delírio arcanjos
Fadas, morcegos e anjos
Brutos, ogros, e marmanjos
Espio e volto ao sono. Credo.
Morrer é bem esquisito
O antes e o depois mesclados
Lado a lado presente e passado
O sussurro é silêncio e é grito...
Psiu.
Por onde andara o bom homem
Cálido, quente e humano
Tornado um lobo inumano
O vento, o frio, a poeira
Uivos, latidos, gemidos
Quer, não quer - queira ou não queira
Vejo o bem destituído
O bem maior almejado
De tranco em tranco ao baranco
E o velho em seu cajado
Em seu passo débil e manco
Vista turva, vã saúde
Assim valeu-lhe a virtude
Valeram-lhe anos, enganos
Lutou no fétido pântano
Mais de um doce-amaro amor
Chamuscou-lhe inteiro o peito
Deu-lhe cor, rubor, ardor
E c'os anos foi desfeito
Olha a magia do dia
Meu velho, sinta a alegria!
Irrompendo de seus prantos
Comovendo os próprios santos
O dia alumia a mágoa
Lava, esfrega, enxágua
Vexame ficou, morreu.
Agora surge outro eu
De esperança, mudança
Frenética dança
Embalado no ritmo
E ritos de pajelança
Passam-se horas, dias
Ribomba a melancolia
Mais forte, aguda no corte
Remexendo na bacia
Cantarola sobre a morte
De feitiços a quebrantos
Juras, perjuras, encantos
Macumba, canjerê, catimbó
Ai qu'enlaça e atiça!
E fatia lagartixas
Conjura uma má poção
E me atira à solidão
Vejo em delírio arcanjos
Fadas, morcegos e anjos
Brutos, ogros, e marmanjos
Espio e volto ao sono. Credo.
Morrer é bem esquisito
O antes e o depois mesclados
Lado a lado presente e passado
O sussurro é silêncio e é grito...
Psiu.
2 comentários:
Muito bom Fernando. Gostei. Abraço!
Grato, Éd!! Abraço!
Postar um comentário