sexta-feira, 4 de junho de 2010

KKK

O vulto a vagar vampiro
Ébrio em ruelas sombrias
Lê em voz alta um papiro
Cheio de galimatias

Crê ensimesmado nelas
Parcas linhas emporcadas
Vêm à sua mente vielas
Jamais antes palmilhadas

Não sabe se lá esteve
Parece que sim, recorda
Padeceu de muita sede
Asfixiado na corda

A turba ajuntou-se toda
Ria, gargalhava e ria
Corpos linchados na roda
Sob o sol do meio-dia

Encapuzados. Macabros
Eram homens de família
Um bando de desalmados
Progenia da matilha

O vulto velho virou-se
Faces negras, voz suave
Era mia gente na foice
Hoje ninguém mais o sabe.

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