quarta-feira, 10 de março de 2010

Mentiras Verdadeiras


Palavras que
Sem sequer serem ditas
Já saíssem malditas

Palavras que
Calçadas como britas
Rasgassem nossos pés

Os palavrões intercalados
Melífluo mel da mentira
Que ninguém põe
E ninguém tira

Mentiras descem redondo
Cores tênues-pastel
As verdades como estrondo
Em seu belo tom incréu

Verdades somente
Aos poucos que aguentem
Ver sem paixão
O mundo do cão

Tarefa difícil
Extirpar o vício
De ver coisas belas
Em telenovelas

Acostumar a velha vista
A ver o novo mundo
I-mundo tal qual é

Por sob a venda grossa
Eu quero olhar a terra
Sem ornatos nem glosa
Mi'a pátria me desterra
Me ataca e me despossa

Nenhum comentário: