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Que tal o amanhã
Da consciência vã
Que tal o amanhã
Da febre terçã
Que tal o amanhã
Da guerra nada sã
Que tal o amanhã
Da humanidade anã
Que tal o dia posterior
Residência e morada da dor
Que tal o dia posterior
Gemidos e uivos d'estertor
Que tal o dia posterior
As lágrimas sob o cobertor
Que tal o dia depois
Sem luas, sem sóis
Que tal o dia depois
Sem preces, sem voz
Que tal o dia depois
Sem eles, sem nós
Que tal o dia depois desse
O suicídio de Pavese
Que tal o dia depois desse
Melhor se esquecesse
Que tal o dia depois deste...
Pois haverá?
***
Que tal o amanhã
Da consciência vã
Que tal o amanhã
Da febre terçã
Que tal o amanhã
Da guerra nada sã
Que tal o amanhã
Da humanidade anã
Que tal o dia posterior
Residência e morada da dor
Que tal o dia posterior
Gemidos e uivos d'estertor
Que tal o dia posterior
As lágrimas sob o cobertor
Que tal o dia depois
Sem luas, sem sóis
Que tal o dia depois
Sem preces, sem voz
Que tal o dia depois
Sem eles, sem nós
Que tal o dia depois desse
O suicídio de Pavese
Que tal o dia depois desse
Melhor se esquecesse
Que tal o dia depois deste...
Pois haverá?
***
Pavese: Cesare Pavese (1908 - 1950), eminente escritor italiano do século XX, autor de Trabalhar Cansa (poemas), Diálogos com Leucó (sua visão da mitologia greco-romana na forma de curtos relatos - uma obra-prima sua), e tradutor dos autores anglófonos Daniel Defoe (Moll Flanders), Charles Dickens, Herman Melville (Moby Dick e Benito Cereno), James Joyce (Dedalus), Sinclair Lewis, John dos Passos, e Gertrude Stein.
Suicidou-se em um quarto de hotel, e tinha consigo a cópia de seu livro Diálogos com Leucó - a meu ver, um dos escritos literários mais tocantes de todos os tempos.
Suicidou-se em um quarto de hotel, e tinha consigo a cópia de seu livro Diálogos com Leucó - a meu ver, um dos escritos literários mais tocantes de todos os tempos.
2 comentários:
Interessante. Não conhecia o tal de Pavese
Recomendo Diálogos com Leucó de coração. Foi um livro que me tocou muito, mesmo eu não sendo um bom conhecedor da mitologia greco-romana. Ele torna tudo muito palpável, criando diálogos profundamente filosóficos entre personagens mitológicas.
E são diálogos perfeitamente compreensíveis ao público moderno. Falam sobre a morte, a vida, a paixão, o amor, e falam de um modo qual eu jamais havia visto anteriormente. Um modo simples que engloba toda uma complexidade temática. Realmente belo e marcante.
E, por sinal, é uma obra de Pavese bastante ignorada, mas que se encontra facilmente - dentre outras lojas livrescas - na Livraria Cultura. Uma ótima edição, aliás!
Abraço.
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