Lembro ter um dia acreditado
Na leveza etérea
No sono tranquilo
Nos mistérios simples
Na bondade infinda
No edredom macio
Em dias de frio
Sob o qual me escondia
Vasta imensidão
Sorria por nada
Brincava com tudo
Gritava e esperneava
Jamais quedava mudo
Eu cria nas pessoas
Almas grandes e boas
Eram tão sabedoras
Nasciam professoras
Mas eis que vi a maldade
Todos sentiam saudade
Dos tempos de infância
Eu era criança
E não sabia
Mamãe, você também vai morrer?
E chorei
Lágrimas de verdade
Por que tudo muda tanto
E o mundo vira complexo
Onde antes tinha canto
E em tudo havia nexo
Dormir na casa do melhor amigo
Era o dia mais feliz da vida
E mia vida era infinita
Acreditava na vida
E ela em mim
Devolvam já minha infância
Minha noite eterna de sonhos
Dom Quixote e Sancho Pança
Lidos deitado na fronha
Cavaleiros de quem sonha
Com um mundo imaginado
Para quem não há vergonha
E os amigos são sagrados
Quero a ingenuidade
Simples, dos tempos roubados
Pelo tempo e sua maldade
De instituir pecados
Onde antes jamais houve
Ruindades de gente alheia
A matar meus pés de couve
Mia tenra hortinha de aveia
Eu era mau, mas sincero
E chorava de emoção
Ao contar meu lero-lero
Respingava o coração
Lacrimejava de dor
Que, hoje, eu prendo e seguro
Lábios premidos sem cor
Próprios de um homem maduro
Piá virou homem grande
Responsável, respeitado
Lágrimas de quando infante
Não o levam ao passado
Cunhatã virou mulher
O seu príncipe encantado
É de um mundo rosicler
E faz parte do passado
O sonhado já se foi
E nós fomos já também
Sonhadores do depois
Onde estavam todos bem
Na leveza etérea
No sono tranquilo
Nos mistérios simples
Na bondade infinda
No edredom macio
Em dias de frio
Sob o qual me escondia
Vasta imensidão
Sorria por nada
Brincava com tudo
Gritava e esperneava
Jamais quedava mudo
Eu cria nas pessoas
Almas grandes e boas
Eram tão sabedoras
Nasciam professoras
Mas eis que vi a maldade
Todos sentiam saudade
Dos tempos de infância
Eu era criança
E não sabia
Mamãe, você também vai morrer?
E chorei
Lágrimas de verdade
Por que tudo muda tanto
E o mundo vira complexo
Onde antes tinha canto
E em tudo havia nexo
Dormir na casa do melhor amigo
Era o dia mais feliz da vida
E mia vida era infinita
Acreditava na vida
E ela em mim
Devolvam já minha infância
Minha noite eterna de sonhos
Dom Quixote e Sancho Pança
Lidos deitado na fronha
Cavaleiros de quem sonha
Com um mundo imaginado
Para quem não há vergonha
E os amigos são sagrados
Quero a ingenuidade
Simples, dos tempos roubados
Pelo tempo e sua maldade
De instituir pecados
Onde antes jamais houve
Ruindades de gente alheia
A matar meus pés de couve
Mia tenra hortinha de aveia
Eu era mau, mas sincero
E chorava de emoção
Ao contar meu lero-lero
Respingava o coração
Lacrimejava de dor
Que, hoje, eu prendo e seguro
Lábios premidos sem cor
Próprios de um homem maduro
Piá virou homem grande
Responsável, respeitado
Lágrimas de quando infante
Não o levam ao passado
Cunhatã virou mulher
O seu príncipe encantado
É de um mundo rosicler
E faz parte do passado
O sonhado já se foi
E nós fomos já também
Sonhadores do depois
Onde estavam todos bem
4 comentários:
Eu ainda acredito em sonhos tranquilos. Se não sonhos propriamente ditos, que raramente os tenho, mas pelo menos numa noite bem dormida, o que dá no mesmo. Nada como deitar a cabeça sossegada no travesseiro, sem ter feito inimigos durante o dia que passou, nem deixado pendências irrealizáveis para o futuro. É difícil, mas às vezes dá. E não tem coisa melhor no mundo.
Concordo inteiramente contigo, Édison. Pra mim, nunca houve nada melhor no mundo que uma boa noite de sono. E enquanto eu as tiver, julgo-me um ser humano ao menos parcialmente realizado. Das pequenas coisas, às maiores. Jamais o inverso.
Hahaha, adoro o léxico de suas obras.
Rosicler. Muito bonito. Não conhecia!
Acredito que o segredo pra viver mais tranquilo é ter a maturidade de um adulto e o lado lúdico e brincalhão de uma criança. Temos com elas muito a(re)aprender.
Exato, Arthur. Até porque a arte tem um espírito brincalhão, e nós que nos dedicamos - ao menos parcialmente - a esse ofício, temos muito a aprender.
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