quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Louvor aos dias que seguem, incólumes

Todos os velhos foram jovens um dia, como nós
E também pensaram que a doença não viria
Jamais estariam sós

Rostos vetustos, maduros, marcados
Pelo tempo timbrados
Sorriram em seu dia
Como a rosa em botão
O Sol reluzia
Sem jamais cogitar solidão

Todas as broncas e reprimendas que recebemos
Todas as vezes que os mandamos aos demos
E as torturas que na vida sofremos
Sulcaram suas almas também

Gerações antecessoras, tais quais as vindouras
Creram na juventude eterna
E o tempo insaciável respondeu - com a finidade da vida
A morte materna

Promessas não cumpridas, o tempo as desfez
E a seriedade com que se leva a vida
Tornou-se insensatez.

4 comentários:

Marina disse...

É como se eu descobrisse um meio de me fazer apaixonar por poesia!
Bom, é meio batido o que eu vou dizer que eu pensei (não sei fazer as belas combinações que você faz), mas vá lá:
CARPE DIEM!!

só não acho que a seriedade é tão insensata assim...
abraço!

Fernando disse...

Nina, esse é certamente o comentário mais elogioso que eu já recebi. Ele é especialmente importante pra mim, porque jamais antes eu havia recebido um alento tão forte à minha produção poética. Olha, agora sou eu que tiro o chapéu, porque uma leitora como você me faz querer escrever.

Quanto a seriedade, eu digo um mau-humor eterno que certas pessoas parecem trazer. Vez em quando um sorrisinho, uma risada de si para si, divertir-se com qualquer coisa boba... não mata ninguém, né?

Sempre grato\O/

Jefferson disse...

Ótimo texto!

Fernando disse...

Grato, meu irmão!