Um abraço: tudo de que eu precisava em certos momentos da minha vida. Sonhei que iria matá-lo, chamei-o de cínico, ralhei, mas... no fim do ano ele me abraçou. Na verdade mesmo, meu pesadelo foi muito pior: eu já havia consumado o crime e estava foragido, fugindo de todos, cerceado por minha própria sombra. Despertei perspirando. Foi o raiar de que algo não estava bem em mim. Mas, no fim do ano, ele me abraçou, e seu abraço me curou. Obrigado, cara. Você me permitiu que eu perdoasse a mim mesmo.
Você é um dos motivos mais fortes por que eu sigo fazendo o que eu faço, com a mesma verdade, força e intensidade do teu abraço. Eu abraço o que eu faço, e faço do que eu faço o meu abraço.
Se é fácil fazer o que eu faço? Tão fácil quanto perdoar quem nos ofendeu e a quem ofendemos, com o gesto simples e sem som de um abraço. A força sutil na inocência suave de um abraço, capaz de fazer esquecer ofensas passadas, pesadas, que, repensadas... mostram-se insensatas, insensíveis, insignificantes, na força de um abraço. O passar dos dias assenta em meu seco coração a certeza de que ser professor mede-se mais e além do que a força de dois eSSes.
Mede-se na sabedoria somente mensurável aos que souberam sofrer e, mesmo assim, ser professor sempre, até nos piores dias.
Pois um singelo abraço pode cindir toda nossa concepção sobre o que é ser professor, em tempos difíceis e de provações, privações.
Sua sensibilidade valeu mais que todo o meu salário.
Esta noite dormirei em paz. Você ganhou um amigo - e eu, serenidade. Eu ganhei um abraço, e você: minha amizade, mais sincera.
E se amanhã tudo mudar? Eu diria que a sabedoria de um abraço sincero não muda com o passar dos dias, e esse abraço sincero, em nosso coração, jamais se esfria. O que sentimos permanece, apesar de tudo.
Abraço nota dez? Abraço não tem nota, mas todo abraço, desde que sincero, é digno de nota. Mais: abraço sincero não tem preço, só apreço.
Sou eu que agradeço.